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Um retrato da inovação na América Latina

Historicamente uma região de economia baseada em exportação de produtos primários e industrialização tardia, a América Latina tem  superado expectativas no setor de inovação. Para explicar um pouco sobre os aspectos que levaram a este quadro, o Blog StartOut conversou com Leonardo Santana, Diplomata do Ministério das Relações Exteriores. 

Santana é Subchefe da Divisão de Promoção Tecnológica I do MRE, que é a mais voltada ao tema de inovação e responsável pela promoção de soluções tecnológicas inovadoras brasileiras no exterior, a negociação de acordos de cooperação entre países e iniciativas no setor. 

O profissional afirma que falar sobre América Latina já se configura um desafio por ser uma região muito heterogênea. Os países do bloco têm modelos de desenvolvimento diferentes entre si e suas características econômicas apresentam diversas particularidades. Entretanto, ele consegue ver o crescimento do setor de inovação em comum entre eles, de forma sistêmica. 

“Principalmente entre os países de maior PIB da região, como o Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia e Peru, o investimento em inovação tem se destacado. O setor é muito dinâmico e eu acredito que possa representar um bom caminho para o crescimento econômico e resolução de desafios econômicos pelos quais temos passado”, expõe o diplomata. 

Segundo ele, mesmo com a pandemia de Covid-19 e a consequente queda econômica que ela representou, o Brasil e outros países da América Latina têm demonstrado recorde após recorde de investimentos em startups. “Este é um setor que tem demonstrado muito sucesso e precisamos acompanhar de perto. Devemos facilitar cada vez mais as condições para investidores, promovendo seu crescimento”, diz, mencionando o Marco Legal das Startups como um grande avanço regulatório. 

“A grande explosão de investimentos em inovação foi inicialmente estrangeira. A lógica de fundos de capital de risco não era comum até poucos anos atrás, até que a América Latina aprendeu com o exterior. Hoje observamos grandes aportes domésticos além dos internacionais, que não cessaram.” Santana também defende que aliar recursos públicos e privados é um dos segredos para aquecer os ecossistemas em cada nação. 

A concentração populacional dos países também é um dado importante apontado pelo diplomata. Brasil, México e Argentina são, segundo ele, ecossistemas cujo crescimento de startups pode ser feito de forma doméstica em primeiro momento. Em contrapartida, em países como a Colômbia, Uruguai e o Chile, os empreendedores já começam sua jornada com a intenção de trabalhar globalmente. 

Outro tópico abordado pelo profissional foi o sucesso do México por conta de sua proximidade com os Estados Unidos. Mas a existência de universidades está no topo de sua lista de prioridades quando se discute o tema. “Todos os pólos de inovação da América Latina estão diretamente relacionados com centros de pesquisa científica. Não é à toa que São Paulo, Santiago, Cidade do México, Buenos Aires e Bogotá estão à frente no quesito. Além de recursos financeiros é indispensável a concentração de pessoal bem qualificado para desenvolver tecnologia de ponta”, finaliza.

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