Ter uma marca reconhecida internacionalmente é o sonho da maioria dos empreendedores. Porém, não existe uma fórmula para fazer negócios em outros países. A internacionalização de uma startup pode ser influenciada por fatores como políticas de livre comércio, procedimentos simples e não restritivos, logística eficiente e econômica, fronteiras compartilhadas e cooperação entre culturas comuns e economias linguísticas. É o que mostra o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2018/2019, estudo realizado por pesquisadores de mais de 100 países diferentes.
O relatório mostra que, em economias com populações pequenas, como Luxemburgo, Chipre, Eslovênia e Catar, os empreendedores frequentemente buscam clientes além de seus pequenos mercados internos. Em contraste, países com grandes populações, como a China, os Estados Unidos, a Indonésia e o Brasil, fornecem mercados internos amplos e diversificados, bem como familiares, que podem ser atraentes e suficientes para a maioria dos empreendedores.
Segundo o GEM, os países com as maiores taxas de internacionalização são os membros da União Europeia (UE), com exceção de Polônia, Bulgária, Holanda e Espanha, cuja taxa de internacionalização não chega a 10%. Esses dados são analisados considerando que empreendedores “internacionais” são aqueles com 25% ou mais de suas vendas para clientes que não estão inseridos na economia de sua nação.
Mas não é só a Europa que investe na internacionalização de startups. No Oriente Médio, mais da metade dos empresários no Líbano e Marrocos são classificados como internacionais. Outros países que possuem altas taxas de internacionalização na região são Qatar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, em contraste com Madagascar e Angola, que são quase exclusivamente domésticos.
O Canadá, que compartilha uma fronteira e um importante comércio com os Estados Unidos, reporta 44% de seus empreendedores como internacionais. Já na América Latina e o Caribe, o nível mais alto de internacionalização pode ser observado em Porto Rico, que realiza a maior parte de seu comércio com os Estados Unidos.
Nesta lista, o Brasil é considerado um dos países menos internacionalizados do mundo. Para mudar essa realidade, o StartOut Brasil surgiu com a meta de maximizar o volume de negócios de startups com o exterior e apoiar a inserção de startups brasileiras promissoras nos mais favoráveis ecossistemas de inovação do mundo.
Em um ano de programa, 56 startups já foram levadas para imergir nos ecossistemas de Buenos Aires, Paris, Berlim, Miami e Lisboa. Em março, o StartOut Brasil vai apoiar mais 20 startups com o processo de internacionalização, desta vez em Santiago.