Como conseguir os primeiros clientes fora do país
A internacionalização de empresas depende de uma questão essencial: encontrar parceiros comerciais e consumidores em cada um dos países onde se pretende ingressar. Mas, qual é o caminho das pedras para encontrar essas conexões?
Compartilhando anos de experiência em fazer negócios internacionais, José Perez, mentor do StartOut Brasil, esclarece algumas questões iniciais. “Hoje em dia, essa trajetória é muito mais simples do que parece”, afirma.
Confira algumas de suas dicas mais específicas:
Busque seu mercado e conheça seu consumidor
Assim como na busca por clientes nacionalmente, encontrar seus consumidores em outros países parte do mesmo princípio: você precisa conhecê-los. É o que José chama de “Marketfit”: “identifique muito bem quem é seu público-alvo, saiba onde ele se encontra e, a partir daí, trace estratégias para encontrá-lo”.
Além disso, busque conhecer quais os problemas que ele precisa resolver. “Deve-se observar o que o cliente busca e encontrar uma forma de atendê-lo”, diz José. Segundo o mentor, o projeto de mercado internacional é feito sob medida. “É um produto específico para aquela persona, naquele mercado, em um determinado momento. A partir de mudanças inevitáveis de cenário, é necessário se adaptar.”
“Marketing é tudo. Tenha uma boa estratégia de branding e trabalhe muito bem suas redes sociais. É imprescindível saber se relacionar com seu consumidor e entender qual a sua linguagem”, afirma.
Não existe negócio sem conversa
Falando em linguagem, José destaca a importância de saber se relacionar com pessoas. “Mercados são pessoas, e negócios são relacionamentos.” Dentro deste tema, o profissional inclui algumas dicas.
A participação em fóruns e eventos internacionais dentro do seu nicho de atuação é vital. José aconselha a não focar somente naqueles de grandes magnitudes: aqueles mais segmentados também são importantes para construir conexões que renderão negócios no futuro.
“Esteja presente nos encontros comerciais. Não é preciso ser a pessoa mais expansiva, não é necessário ser o Silvio Santos”, brinca. Ou seja, o profissional deve se manter fiel à sua personalidade, mas deve sair da sua zona de conforto e se apresentar em grupos de empreendedores, conversar e trocar experiências.
Analise diferenças culturais e técnicas
José compartilha sua própria experiência fazendo negócios com países diferentes: “enquanto o público alemão tem uma expertise técnica muito grande e uma objetividade em tratar com parceiros comerciais, o chinês valoriza muito a confiança no relacionamento desenvolvido.” Por isso, é essencial estudar as diferenças culturais quando se almeja entrar em um mercado internacional.
Isso, além das questões de demanda. Alguns públicos podem ser mais receptivos a certos tipos de soluções ou produtos e, outros, mais resistentes. É responsabilidade do empreendedor identificar essas possíveis diferenças e adaptar seu produto – o consumidor não fará o esforço contrário.
No caso de hardtech, adaptar tomadas e verificar regulamentos para a comercialização de substâncias específicas é essencial.
Procure mentorias e profissionais para te apoiar
A entrada em um mercado internacional é importante, mas ainda é um processo cheio de detalhes. “É isso que o StartOut faz muito bem. A partir das mentorias específicas para cada país, os empreendedores podem descobrir questões que ainda não haviam considerado e que poderiam desestabilizar toda a operação”, explica.
E ele alerta para a fundamentação legal do empreendimento. “Ninguém gosta de gastar dinheiro com advogado. Mas é ele quem vai atuar prevenindo que algum entrave invalide sua entrada naquele mercado específico”, finaliza o mentor.